Sobre o clube

“Um acontecimento que marcará época nos anais da sociedade montealtense: a operosa classe bancária local já tem sua sociedade constituída”.

Assim anunciava a imprensa montealtense, em referência a reunião realizada no dia 4 de março de 1968, em sala da Escola do Comércio Deodoro de Arruda Campos.

O nome “Bancários Campestre Clube” havia sido escolhido por unanimidade para uma iniciativa que renderia ainda muitas manchetes nos jornais da cidade ao longo dos últimos 43 anos.

Esta reunião histórica também definiu postos da primeira diretoria do futuro clube de campo montealtense, tendo Ulvert Alvares indicado como o primeiro presidente, além de Reinaldo de Almeida (um dos tesoureiros) e Orlando Salani (um dos secretários). Ainda entre os membros pioneiros, João Carlos Muller Soares, Antonio Aparecido Agostini, Mário de Oliveira, Silvio Sérgio do Amaral, Benedito Moreira, Nelson Branco, Paulo Goralb, João José Coelho, Waldir Fantini, José Luiz Arruda, José Antonio Donegá e Luiz Ferras de Arruda.

Credibilidade

O grupo, considerado arrojado, tinha em mãos uma grande responsabilidade, com o planejamento de construções “sérias e de vulto”, em palavras do jornal da época: sede social com salão de recepção e baile, campo de futebol, 2 piscinas, bar, quadras da ainda chamada “bola ao cesto”, além de voleibol e tênis, vestiários, parque infantil para os filhos dos associados, bosques e lugares apropriados para pique-niques e shows ao ar livre.

Desde o início, o empreendimento foi considerado “um acontecimento auspicioso para toda população”, já que a reunião pioneira já havia definido a admissão de outros sócios, além da classe bancária. No entanto, cogitava-se que o BCC não ultrapassaria 300 associados —hoje são mais de 3 mil.

O sucesso dos títulos patrimoniais foi tão estrondoso que até o dia 13 de março daquele ano, apenas 9 dias depois do marco inicial de lançamento do Campestre, 101 títulos já haviam sido vendidos.

Era o termômetro para um contínuo crescimento da família campestrina e para o efetivo sucesso da iniciativa (em panfleto de divulgação de venda dos títulos “CT”, havia os dizeres: “faça como seus amigos: não perca tempo; deixar para depois é retardar o início das obras”).
Assim, Monte Alto começava a ser brindado com uma nova sociedade recreativa, juntando-se aos “vizinhos” GEIC – Grêmio Esportivo Irmãos Cestari, Nipo, Clube Gaspariam e Monte Alto Clube; e erguendo-se lado a lado com os futuros GERIL, da firma Italo Landredi S/A, e o clube recreativo da Fábrica de Artefatos Borracha Cestari.

Local

Uma segunda reunião definiria o local a ser comprado por esta sociedade recém-criada: a extensa área antes pertencente à fábrica Sul América e, na época, à Peixe. Na época, área próximo a rodovia SP-323, entre Monte Alto e Taquaritinga, também era cogitada como possível sede do clube.

O anúncio da compra, junto ao empresário Clóvis de Britto, saiu 3 meses depois, em 1° de junho de 1968. Esta data, aliás, é considerada o nascimento do Bancários Campestre Clube e sua derradeira fundação.

Foi uma época em que a cidade se juntou para ver este sonho se tornar realidade, contando com colaboradores diversos, inclusive o prefeito municipal, Fioravante José Canalle.

Comando e melhorias

Assembleia realizada no Monte Alto Clube definiu a composição completa da pioneira diretoria do biênio 1968/1969, presidida por Ulvert Alvares: Silvio Sérgio do Amaral como vice-presidente, Osmair de Q. Rodrigues como 1° tesoureiro, Luiz Ferraz de Arruda (2° tesoureiro), Antonio Aparecido Agostini (1° secretário) e Antonio Pavanelli Netto (2° secretário). Ficou definido também o primeiro Conselho Deliberativo do clube, composto por Reinaldo Almeida, Orlando Salanio, Miguel Vicente, Nélio Daneluzzi, João Carlos Muller Soares e Wadir Fantini.

Um completo levantamento topográfico da área, realizado já na primeira semana de trabalho da esforçada diretoria, foi o ponto de partida para as futuras construções. Uma concorrência pública foi aberta para a contratação de mão de obra para a limpeza do terreno. Em novembro do mesmo ano teve início a construção da barragem.

Passada a primeira gestão, assume a presidência João Coletrelli, funcionário da antiga Peixe e, por sinal, o associado n° 001 do Campestre. Sua administração corresponde ao período entre 1970 e 1972 e dá destaque às competições esportivas e eventos de lazer proporcionados aos associados.

Nesta gestão, em 1971, o diretor do departamento esportivo Isidoro Nunes organizava um dos primeiros eventos de interação no BCC, o 1° Campeonato de Pesca, com prêmios para o maior peixe e a maior quantidade em número e em peso.

Já em 1973, tinha início a longa presidência de Kengiro Matsumura, o tradicional fotógrafo ‘Seu’ Nelson, proprietário do Cine Foto Orient. Ele administraria o clube por 10 anos, até 1982.

Dentro deste período, a imprensa local registrava, em 1976, uma das primeiras expressivas melhorias recebidas pelos associados: a inauguração das duchas e da cascata artificial. As então novas atrações foram seguidas pelo planejamento do conjunto de piscinas e do novo salão social em 1979.
A inauguração se deu em janeiro de 1983, meses após uma outra significativa melhoria: a ligação por via asfáltica entre a cidade e o clube, desde o início da rua Rui Barbosa.

O evento, em 9 de janeiro, contou com a presença do ex-prefeito Elias Bahdur e do recém-empossado Dr. José Jesus Victório Rodrigues.
A diretoria do próprio clube também passava por mudança. Nelson Matsumura dava lugar a Sérgio Claudinei Casari, que em 1992 ainda presidia o clube quando foi eleito vice-prefeito do município, ao lado do bancário Donizete Sartor.

Antes de assumir o cargo público, Casari inaugurou a nova piscina semi-olímpica do clube, no mês de novembro. Seu trabalho na Prefeitura, no entanto, foi conciliado com a administração campestrina, que duraria ainda até 1998 (16 anos no total, a mais longa sob a mesma direção).

O mandato de 1999/2000 foi o primeiro do atual presidente José Ricardo Carvalho, membro da diretoria durante anos e profundo conhecedor do funcionamento e das necessidades do clube.

Além da reeleição para a gestão 2011/2012, conquistando expressiva votação de quase 70% dos votos em dezembro último, após elogiado trabalho realizado no biênio 2009/2010, com recuperação da situação financeira do clube e investimentos em reformas e melhorias e preocupação com o meio ambiente, Zé Ricardo também consta no hall dos presidentes no biênio 2003/2004. Ao seu lado, e dos grandes nomes do passado do clube, ainda figuram Luiz Alberto Leopoldino de Andrade, o Luizinho da Farmácia, presidente na gestão 2001/2002 e Marcos Valério Maida, do quadriênio 2005/2006/2007/2008.

Na gestão 2013/2014, presidida por Magnobaldo de Oliveira dos Santos, foram realizadas melhorias significativas no clube, tais como: aquisição de um Trator Massey Fergusson 265 para manutenção nas instalações do clube; perfuração de novo poço artesiano com capacidade de vazão de 20 mil litros de água por hora, atendendo a uma necessidade recorrente; construção de 18 belos quiosques na Área de Vazante do Açude, descentralizando o fluxo de reservas no complexo central de quiosques e melhorando o paisagismo daquele local; foi iniciada a construção de 2 novas quadras, sendo uma delas destinada à prática de tênis e outra, para vôlei de areia. Essa gestão também foi sinônimo de ajuste administrativo, tendo como foco organizar o clube como empresa. A revisão nas rotinas administrativas possibilitou a reformulação do Estatuto Social e do Regulamento Interno do clube, aprovada por maioria de votos, em assembleia realizada no dia 14 de dezembro de 2014. O novo Estatuto Social contemplou, inclusive, a alteração da razão social do clube para Campestre Clube Monte Alto, denominação em vigor a partir de 1º de janeiro de 2015.

A gestão atual, 2015/2016, novamente está sendo presidida por José Ricardo Carvalho, cujo perfil audacioso e sempre presente já é conhecido pelos associados, mediante as ações desenvolvidas nos 4 mandatos já cumpridos anteriormente, o que o torna reconhecidamente capaz de continuar mantendo o nome do Campestre Clube Monte Alto em um status elevado.

Lazer

Palco atual da coqueluche do noturno montealtense, sediando os principais shows e eventos promovidos na cidade, o Campestre está na memória dos baladeiros aos menos desde 1983.

Em 10 de dezembro daquele ano nascia uma das maiores tradições sociais da cidade, o Baile do Hawaí, “uma surpresa das mais impressionantes”, como citava reportagem na semana seguinte ao sucesso alcançado pela novidade.

O evento, já em sua 28ª edição, pode ser apontado como o marco inicial dos eventos noturnos no clube, que passaram não só a serem vistos com bons olhos pela(s) diretoria(s), mas também exigidos pelos associados.

Patrimônio

Em Monte Alto, como já havia ocorrido com a Festa do Senhor Bom Jesus, a estrada de ferro da Cia. Melhoramentos, o apogeu da industrialização, a Revolução Constitucionalista, os Jogos Abertos do Interior e a chegada do corpo da Menina Izildinha, no final da década de 1960 o novo Bancários Campestre Clube era o assunto do momento na cidade.
Hoje, mais de 42 anos depois, continua considerado um dos orgulhos montealtenses, um cartão-de-visitas referência na região e o grande orgulho para seus mais de 3 mil integrantes da família campestrina e para a atual gestão “Respeito, Trabalho e Responsabilidade”, presidida pela dupla José Ricardo Carvalho e Alípio de Almeida Filho.

Este histórico vem, despretenciosamente, buscar fazer justiça a fatos relevantes da trajetória do nosso querido clube, que devem ser expostos em breve na mais nova boa ideia da atual diretoria: o Museu do Campestre.

Por Elton Barroso (MTb: 42.608/SP)
Diretor do Museu Histórico de Monte Alto